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Os perigos nas “correntes de retorno”

Figura 1. Falso aspecto de calmaria pode identificar a corrente de retorno (Fonte: reprodução Facebook). Figura 1. Falso aspecto de calmaria pode identificar a corrente de retorno (Fonte: reprodução Facebook).[/caption] É importante notar que as ondas não quebram sobre o canal submerso formado por esse fenômeno, portanto as áreas tem falso aspecto de calmaria (figura 1), maior profundidade, coloração da água mais escura (figura 2) e geralmente são localizadas entre dois bancos de areia (onde as ondas quebram com maior frequência e tamanho). [caption id="attachment_28337" align="aligncenter" width="571"]Figura 2. Nesta foto aérea de uma praia australiana, a corrente que leva para o alto-mar fica evidente devido à coloração mais escura da água. Reparem que a corrente perde intensidade alguns metros após a zona de arrebentação (Fonte: ripcurrentsymposium.com) Figura 2. Nesta foto aérea de uma praia australiana, a corrente que leva para o alto-mar fica evidente devido à coloração mais escura da água. Reparem que a corrente perde intensidade alguns metros após a zona de arrebentação (Fonte: ripcurrentsymposium.com)[/caption] Três partes principais podem ser identificadas nas correntes de retorno (figura 3): – Boca: início da corrente de retorno ou valas. É alimentada pelas correntes laterais; – Pescoço: parte central da corrente; – Cabeça: onde a corrente se dissipa, normalmente atrás da arrebentação. [caption id="attachment_28338" align="aligncenter" width="571"]Figura 3. Partes da corrente de retorno. (Fonte: surfebrasil.com.br) Figura 3. Partes da corrente de retorno. (Fonte: surfebrasil.com.br)[/caption] As correntes de retorno podem ser classificadas da seguinte forma: – Fixas: Localizadas em cantos de pedra como costões, molhes e piers, permanecem na mesma área por vários meses ou anos, pois fundo e condições físicas nesses locais sofrem poucas mudanças. São formadas pela convergência de correntes laterais para o canto de pedra ou pela ocorrência de grandes ondas que elevam rapidamente o nível de água. – Permanentes: ocorrem em determinados pontos das praias rasas, intermediárias e de tombo. Uma vez estabelecidas, podem durar vários dias ou meses, dependendo da movimentação de areia. São formadas por sulcos profundos escavados na areia, condições favoráveis para o retorno das águas no sentido do mar. – Temporárias: ocorrem em determinados pontos das praias rasas, intermediárias e de tombo. Apresentam sulcos pouco profundos, sem estabilidade e duram apenas algumas horas. Este tempo irá depender da movimentação de areia pelas correntes laterais. As ondas que se rompem colocam a areia em suspensão, facilitando o transporte dos grãos e desaparecimento dos sulcos. – Instantâneas: ocorrem logo após grandes séries de ondas se aproximarem da praia, trazendo um grande volume de massa líquida, formando um refluxo de água que retorna para o oceano. Não existe a formação de sulcos no fundo, desaparecendo rapidamente.  São bastante comuns nas praias de tombo devido à inclinação, e intermediárias em virtude da proximidade das ondas em relação à praia. [caption id="attachment_28335" align="aligncenter" width="571"]Figura 4. Como proceder em caso de corrente de retorno (fonte: corpo de bombeiros militar do estado de Santa Catarina). Figura 4. Como proceder em caso de corrente de retorno (fonte: corpo de bombeiros militar do estado de Santa Catarina).[/caption] Para os banhistas, as correntes de retorno representam um risco real, sendo responsáveis pela grande maioria dos afogamentos registrados em praias. Em praias mais movimentadas e urbanizadas, os locais das correntes de retorno são sinalizados pelos guarda-vidas com bandeiras vermelhas ou placas. A figura 4, desenvolvida pelo corpo de bombeiros militar do estado de Santa Catarina, ilustra a corrente de retorno, suas áreas de escape e orienta os banhistas como proceder caso entre em um local de risco. Para nós, surfistas, as correntes de retorno são utilizadas como facilitadores para passar a arrebentação. Saber identificá-las pode realmente nos ajudar a chegar ou voltar para o outside. Além disso, é importante conhecê-las para orientar ou até mesmo auxiliar no resgate de banhistas. Espero que tenham gostado! Dúvidas? Sugestões? Me escrevam: renata.porcaro@gmail.com Fontes: ripcurrents.noaa.gov ripcurrentsymposium.com cbmerj.rj.gov.br surfebrasil.com.br Por: Renata Porcaro  ]]>

10 thoughts on “Os perigos nas “correntes de retorno”

  1. André Oliveira disse:

    Ótimas informações, trazendo maior segurança e uma boa dica na hora de cair no mar!

  2. Zé Badú disse:

    Parabéns Renata,
    Excelente matéria. Muito útil para todos nós surfista e praticantes de esportes aquáticos. Abraços.

  3. Irene Correia de Oliveira disse:

    Excelente. Foi muito bom. Afinal fui surpreendida por uma dessas correntes. Não tinha nenhuma informação. Parabens. Isso será importante para outras pessoas também. Abraço

  4. Renata Porcaro disse:

    Obrigada pelos comentários, fico feliz que as informações tenham sido úteis!
    🙂

  5. RAFAEL disse:

    Parabens! semanas procurando, e em fim achei…
    muita informação e de fácil compreensão!

  6. Chico piaba disse:

    Renata valeu,sua informação foi muito importante para todos que convive com o mar.

  7. Andressa disse:

    Fui pega de surpresa por uma dessas correntes neste verão, foi a primeira vez que aconteceu e graças a Deus um surfista estava indo para o fundo através dessa corrente e então eu me segurei na prancha dele para conseguir atingir um banco de areia

  8. Silvio J Vieira disse:

    Acredito que a prevenção é a melhor forma de evitar acidentes,e após presenciar diversos acidentes com banhistas desavisados e/ou imprudentes,resolvi procurar entender um pouco mais sobre Correntes de Retorno(lagamares). Se eu souber identificá-los talvez eu possa salvar uma vida, alertando a pessoa que esteja em eminente perigo de sofrer um afogamento. Obrigado pelas informações!

  9. Silvio J Vieira disse:

    Acredito que a prevenção é a melhor forma de evitar acidentes,e após presenciar diversos acidentes com banhistas desavisados e/ou imprudentes,resolvi procurar entender um pouco mais sobre Correntes de Retorno(lagamares). Se eu souber identificá-los talvez eu possa salvar uma vida, alertando a pessoa que esteja em eminente perigo de sofrer um afogamento.

  10. Vivian disse:

    Bom dia, peguei uma corrente de retorno na Praia do Tombo no Guarujá e tive que ser retirada pelos bombeiros quando surfava de bodyboard esse domingo. TODOS os praticantes de esportes aquáticos deveriam saber disso antes de entrarem na água! Já marquei 10 aulas com um profissional antes de entrar de novo no mar. Nunca dispensem conhecimentos teóricos e básicos antes de entrar no mar. Parabéns pela matéria, perfeita a explicação.

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