Um pouco sobre Baleias e Golfinhos – parte II
Figura 2. Golfinho morto em rede fantasma. Foto: © Andrea Marshall. Fonte: marinemegafauna.org
A captura acidental de cetáceos é um problema global, porém informações sobre as consequências deste problema são escassas. Infelizmente, esses animais não são capturados apenas por acidente.
A caça às baleias tem registros arqueológicos do ano 3.000 a.C. A empreitada comercial começou no século 17 e se intensificou no século 19, com o aumento das tecnologias de navegação. Começou a entrar em declínio no século 20, mas persistiu até a extinção de algumas espécies. A proibição da Comissão Baleeira Internacional sobre a caça comercial de baleias passou a valer em 1986. Países como Noruega e Islândia continuam a caçar, desrespeitando a proibição, enquanto o Japão explora a brecha que permite quotas para fins de pesquisa científica.
No Brasil, temos o caso da caça às Baleias-franca, que ocorria em todo o litoral de Santa Catarina. Esta espécie era uma presa fácil por ser dócil e ter hábitos costeiros. Nos anos 1960 havia muitas instalações chamadas armações baleeiras, onde eram fabricados produtos da caça como o óleo, obtido através do derretimento da gordura e utilizado na iluminação, lubrificação e construção de casas. Hoje em dia, após as armações baleeiras terem falido e a baleia-franca ter sido quase extinta, o litoral de SC é mundialmente famoso pelo turismo de observação de baleias.
| Dica: A temporada reprodutiva das baleias francas no Brasil é de julho a novembro, mas o melhor período para observação na principal área de concentração, a Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, é entre a segunda quinzena de agosto e primeira quinzena de outubro, quando um maior número de baleias francas costuma estar na região, permanecendo por vários dias nas enseadas.Para saber mais sobre a espécie e sobre o turismo de observação, acesse: http://www.baleiafranca.org.br/ |
Figura 3. Turismo de observação de baleias-franca em Santa Catarina. Fonte: http://escribadoitapocu.blogspot.com.br/
A realidade atual é bem diferente na região norte do país, onde, apesar das proibições, a captura desses animais persiste para comercialização de seus olhos e genitais, que são vendidos como amuletos para atrair dinheiro e mulheres. Em 2007 foram divulgadas imagens de aproximadamente 80 golfinhos mortos em uma embarcação no litoral norte do Estado do Amapá, que teve repercussão e causou reação dos ambientalistas e de grande parte da população. Os golfinhos da Amazônia (boto-cor-de-rosa – Inia geoffrensis) também sofrem com a captura e estão sendo usados como isca para a pesca da piracatinga (Calophysus macropterus).
A pesca intencional de cetáceos é uma realidade atual e suas finalidades variam do consumo e utilização da carne como isca à venda dos animais para parques temáticos. Esta ultima movimenta uma indústria de bilhões de dólares em todo o mundo.
Alguns golfinhos capturados vivem décadas presos e por vezes isolados em um aquário, sendo recompensados com alimento quando realizam saltos ou outros truques para o público apreciar, enquanto na natureza esses animais constroem complexas redes sociais. Seus instintos são reprimidos e eles são obrigados a interagir com humanos, além de terem sua capacidade de natação e captura de alimentos anuladas.
Para saber mais sobre esse assunto, recomendo os documentários “The cove” e “Black Fish”. O primeiro, dirigido por Louie Psihoyos e vencedor do oscar na categoria de melhor documentário do ano de 2010, aborda o massacre de golfinhos na cidade japonesa de Taiji. Já “Black Fish”, de Gabriela Cowperthwaite, fala sobre a captura e a vida da orca Tilikum e nas consequências de manter animais grandes e inteligentes como as orcas em cativeiro. Acredito que a ótica desses documentários irá mudar sua opinião se você sonha em nadar ou tirar uma foto com um golfinho e acredita que parques como o SeaWorld são bacanas.
Figura 4. Cena do filme The Cove, que investiga a caça indiscriminada aos golfinhos. Fonte: thecovemovie.com
Figura 5. Cena do filme Black Fish. Fonte: blackfishmovie.com
Outra atividade que pode afetar esses animais é a prospecção sísmica marinha. O método sísmico consiste na geração de energia por liberação de ar comprimido à alta pressão na água, que gera ondas acústicas que se propagam até atingir o solo marinho, onde parte da energia é absorvida pelas camadas rochosas subjacentes, parte é refratada e outra é refletida. A energia refletida é captada por hidrofones que convertem as ondas sísmicas em sinais elétricos que são transmitidos para um sistema de registro e processamento instalado no navio. A interpretação desses dados permite analisar a estrutura do subsolo em profundidade e pesquisar estruturas geológicas que podem formar reservatórios de petróleo, sem a necessidade e os custos de uma escavação ou perfuração.
A sísmica e o crescente trânsito de navios contribuem para a intensificação da poluição sonora nos oceanos. Os cetáceos, que utilizam o som nos processos de intercomunicação e para a localização e posicionamento de suas presas, sofrem impactos diretos provocados por essas atividades. Já foram observadas alterações comportamentais de curto prazo como mudanças na frequência de vocalização, abandono momentâneo da área impactada, além de mortalidades originadas por lesões no sistema auditivo.
Porém esses efeitos ainda não foram amplamente estudados devido ao alto custo da realização de cruzeiros ou sobrevoos para estudos científicos. Desde 1999, dados sobre avistagem de mamíferos marinhos vem sendo coletados por observadores de bordo durante atividades sísmicas na costa brasileira. Este procedimento é uma das medidas mitigadoras adotadas para minimizar os possíveis impactos que a atividade exerça sobre as espécies marinhas.
Será que essas medidas são mesmo eficientes? Quantas e quais medidas serão necessárias para mitigar todos os males que causamos a esses organismos? Deixe sua opinião ou sugestão nos comentários ou escreva para mim: renata.porcaro@gmail.com.
Figura 6. Aquisição de dados sísmicos marinhos.Fonte: anp.gov.br/meio/guias/sismica/infotec.pdf
Por: Renata Porcaro
Referências
Documentos:
Mamíferos marinhos, a atividade de prospecção sísmica e o uso do sistema de monitoramento de mamíferos marinhos – SIMMAM. Mariana de Karam e Brito. Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/>.
Acesso em 24/03/2014
Impactos da Sísmica em Baleias Jubarte. Marcia Engel, Cristiane de Albuquerque Martins, Luiza Pacheco de Godoy, Marcos Rossi-Santos, Maria Emília Morete, Silvio de Souza Jr.
Disponível em: <http://www.anp.gov.br/meio/guias/sismica/biblio/InstitutoBaleiaJubarte.PDF>.
Acesso em 20/03/2014
A Pesca Incidental de Golfinhos. Edson Barbieri.
Disponível em <ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/GolfinhosPescaIncidental2013.pdf>. Acesso em 26/03/2014
Sites:
http://www.anp.gov.br/meio/guias/sismica/infotec.pdf
http://animalplanet.discoverybrasil.uol.com.br/de-onde-vem-os-golfinhos-de-parques-marinhos/
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/turismo/fx3009201007.htm
http://www.fundacaogrupoboticario.org.br/pt/Noticias/Pages/Golfinhos-sao-usados-como-isca-para-pesca-na-Amazonia.aspx
http://escribadoitapocu.blogspot.com.br/]]>

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Detalhe da barbatana de um misticeto.





































Foram 03 dias de aventura em que Laus teve participação especial nos programas Nalu Pelo Mundo, do Multishow, e Canal OFF, ambos da Globosat. Com aproveitamento de 100% a primeira equipe 100% verde amarela soube como desviar dos crocodilos, árvores, pedaços de pau e plantas que tornam o Bono, uma das pororocas mais perigosas do mundo. Como no Brasil também devasta as margens do rio e adentra mais de 40km com duração de até quase 02 horas.
Laus, que também foi duas vezes recordista mundial de surf na pororoca (Guinness Book), tentou alcançar a nova marca estipulada pelo inglês Steve King, que surfou 15km sem parar nessa mesma Bono, porém a onda não alcançou tamanho suficiente para que o brasileiro pudesse retomar a frente no livro dos recordes. “Nada é fácil nessa vida, ainda mais para os brasileiros!!! O recorde não saiu, mas continuo focado e preparado para quando encontrar a maré certa, seguir surfando por mais de 15km num tempo superior de 1 hora em cima da mesma onda. A Natureza é imprevisível, temos que fluir com ela caso contrário nada dará certo“, relata.
No segundo e maior dia da Tidal Bore (onda de maré), Laus pegou uma onda com cerca de 30 minutos, com partes surfáveis e outras apenas de espuma, fechadas, em que o atleta teve que se deitar na prancha. “Melhor ficar na onda, do que a deriva num rio cheio de crocodilos!!!“, lembra o desbravador de pororocas.
Agradecimentos especiais: Trip Bar Curitiba, BWT Operadora, HB – Hot Buttered, Goofy, Sumatra Surf, Bullys, Câmeras XTrax, Power Light Surfboards, ITA Travel Card, Academia Gustavo Borges, família Nalu Pelo Mundo e equipe Surfando na Selva.]]>
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Figura 1. Falso aspecto de calmaria pode identificar a corrente de retorno (Fonte: reprodução Facebook).[/caption]
É importante notar que as ondas não quebram sobre o canal submerso formado por esse fenômeno, portanto as áreas tem falso aspecto de calmaria (figura 1), maior profundidade, coloração da água mais escura (figura 2) e geralmente são localizadas entre dois bancos de areia (onde as ondas quebram com maior frequência e tamanho).
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