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Os perigos de Recife

Porto de Suape. Foto: angularaerofoto.com.br Porto de Suape. Foto: angularaerofoto.com.br[/caption] A maioria dos ataques ocorre quando o vento sopra forte de sul e sudeste. Nessas condições, as correntes do sul para o norte tomam força e influenciam na natação dos tubarões, que se aproximam das praias de Recife atraídos também pelos restos de alimentos e dejetos jogados no mar pelas embarcações no porto de Suape. As praias recifenses também possuem uma característica geográfica que influencia na quantidade de tubarões presentes. Um banco de areia de profundidade entre 1 e 3 metros está presente ao longo da costa, a uma distância de aproximadamente mil metros da praia. Entre o banco de areia e a praia, há um canal mais profundo de fundo arenoso, local ideal para raias, que são presas naturais dos tubarões. [caption id="attachment_28625" align="aligncenter" width="458"]Em 2012, 12 pessoas foram mortas por tubarões. No mesmo ano, humanos mataram 100 milhões de tubarões. 11417 tubarões por hora. Foto: PETA. Em 2012, 12 pessoas foram mortas por tubarões. No mesmo ano, humanos mataram 100 milhões de tubarões. 11417 tubarões por hora. Foto: PETA.[/caption] O aumento do número de banhistas e surfistas é outro fator que aumentou a taxa de acidentes. Os surfistas, por permanecerem mais tempo dentro da água, sempre foram as vítimas mais constantes. Hoje o surf é proibido na praia de Boa Viagem. Em praias como a de Boa Viagem, mais famosa da cidade, turistas são alertados por cartazes que desaconselham a entrada na água para evitar encontros com os animais, porém nem sempre as orientações são seguidas pelos turistas. Outras considerações sobre a área incluem a pesca de arrasto de camarão, a mais danosa ao meio marinho, que para cada quilo de camarão capturado, descarta 9 quilos de outros animais mortos nas águas de Boa Viagem. O histórico de acidentes com tubarões são, na maior parte com duas espécies: o cabeça-chata e o tubarão-tigre: O cabeça-chata (Carcharhinus leucas) tem como características principais o nariz largo e achatado, olhos pequenos, barriga branca e corpo acinzentado. Pode atingir 3,5m de comprimento total e as fêmeas costumam ser maiores que os machos. É uma espécie adaptada à agua doce e já foi encontrado no rio Amazonas a 4km da costa. A destruição de mangues para a construção do porto fez com que as fêmeas que usavam o local em parte do ciclo reprodutivo migrassem para o estuário do rio Jaboatão, ao norte, o qual desemboca exatamente nas praias de Recife. [caption id="attachment_28633" align="aligncenter" width="458"]Tubarão cabeça-chata (Carcharhinus leucas). Foto: Andy Murch/Elasmodiver.com Tubarão cabeça-chata (Carcharhinus leucas). Foto: Andy Murch/Elasmodiver.com[/caption] O tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier) é uma das espécies mais temidas em função da violência de seu ataque. Ele come uma grande variedade de animais (tartarugas, raias, moluscos), inclusive membros da mesma espécie. Tem esse nome em função das manchas pretas no corpo e pode alcançar até 6 metros de comprimento. [caption id="attachment_28627" align="aligncenter" width="458"]Tubarão-tigre  (Galeocerdo cuvier). Foto: tubaroes.com.sapo.pt Tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier). Foto: tubaroes.com.sapo.pt[/caption] Os mais variados objetos já foram encontrados no estômago de indivíduos destas espécies, mas a parcela de culpa dos humanos é muito maior que o apetite do animal, afinal, utilizamos há séculos os oceanos como uma grande lata de lixo. Agora, pasmem! No ano de 2000, de acordo com o Plano de Monitoramento Ambiental de Recursos Hídricos, o MATADOURO de Jaboatão descartou seus efluentes não tratados no rio, a um volume de 345 m³/dia, incluindo sangue, vísceras e água. Não consigo imaginar nada que atraia mais tubarões do que sangue! E aí, a culpa é de quem? FONTES: ondaazul.com.br mundoestranho.abril.com.br vidaeestilo.terra.com.br Por: Renata Porcaro]]>

2 thoughts on “Os perigos de Recife

  1. Rodrigo disse:

    Parabéns pelo texto. Esse é um ponto de vista inteligente sobre os ataques. Há lugares no mundo, onde tubarões são vistos e não existem ataques. No caso de Recife, o ambiente faz os ataques.
    Rodrigo
    http://www.vindi.com.br

  2. Renata Porcaro disse:

    Obrigada Rodrigo. Fico feliz que tenha gostado do texto. É bom saber que mais pessoas compartilham do mesmo ponto de vista.
    Caso queira saber mais sobre algum assunto relacionado ao oceano, me escreva:
    renata.porcaro@gmail.com
    Renata
    http://www.renataporcaro.com.br

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